Le dedico mi silencio de Vargas Llosa
Neste encontro, o foco é a obra "Le dedico mi silencio" de Mario Vargas Llosa (Prêmio Nobel de Literatura 2010). Este livro traz discussões contemporâneas que unem uma preocupação ambiental e cultural do seu povo como um fechamento de um ciclo, sendo anunciado por ele, aos 87 anos de idade, como o último romance a ser publicado, junto a um ensaio sobre Sartre. O protagonista, Toño (Antonio) Azpilcueta, é um estudioso incompreendido apaixonado pela música Criolla peruana e escreve artigos sobre a cultura nacional. Ele acreditava que a valsa peruana poderia integrar as diversas camadas da sociedade e, por isso, escolheu o pouco conhecido Lalo Molfino como fio condutor de seu livro, considerando-o o melhor guitarrista do Peru e do mundo. Toño acredita que sua obra sobre Lalo Molfino poderia ser a redenção de seu país, onde, unidos pela música Criolla e valsa peruana, poderiam, através da cultura, abordar as questões de um país dividido entre Serra (Andes), Mar, quiçá amazônica. Vargas Llosa mantém seu estilo de revelar o interior de seu país. Por outro lado, ao convocar Euclides da Cunha em seu livro A guerra do fim do mundo (2008) - livro dedicado ao autor de Os Sertões (1902), e a nossa imortal Nélida Piñon - além de ter sido uma forma elogiosa de resgatar a obra do escritor, jornalista e professor brasileiro, reafirma a proximidade do Brasil com o Peru e salienta as peculiaridades da cultura do regional. Também em Le dedico mi silencio, sublinha o nacionalismo e a ideia de justiça entrelaçadas com a questão ambiental.