Ángela Ramos: um espírito alerta e sensível
O tema o encontro de outubro é Ángela Ramos (1896-1988), jornalista, escritora e política peruana que, de acordo com o pensador peruano José Carlos Mariátegui, liderou uma campanha corajosa e honrosa contra a lei de repressão de vagas, reunindo as opiniões responsáveis da época para colaborar com a abolição dessa lei. Ela foi uma defensora da construção de uma política de reabilitação para os presos. Foi a primeira mulher jornalista no Peru, pertencia ao Partido Comunista Peruano e escrevia para a revista Amauta (1926-1930). Para a Amauta, uma revista dirigida por Mariátegui, ela resenhou, entre outras coisas, o trabalho da brasileira Maria Lacerda de Moura. Ele também escreveu roteiros de filmes. Em 1927, o cineasta italiano Pedro Sambarino pediu a Ramos que escrevesse o roteiro do filme El carnaval del amor (O carnaval do amor), lançado em 1930. O filme apresenta a dicotomia entre o campo e a cidade, mas o roteiro de Ramos contém uma variação progressista em que a protagonista não é uma moça ingênua, mas uma professora, símbolo do progresso, que vem da cidade para trabalhar com um camponês que quer levar bem-estar e educação aos seus trabalhadores.