A palavra inacabada
Por ocasião das comemorações do "Dia Mundial do Livro" o Instituto Cervantes de São Paulo apresenta em sua galeria virtual uma exposição do fotógrafo García de Marina.
"A palavra inacabada" explora a relação entre linguagem visual e linguagem escrita. Cada objeto atua com uma identidade própria que se soma à narração da exposição como um todo. O enredo tenta gerar um diálogo sobre a construção da linguagem, as diferentes linguagens, a comunicação, a identidade, o enriquecimento cultural e os limites de seu uso.“A palavra inacabada” destaca o poder da imaginação, onde cada ideia, formulada a partir da conceituação e do minimalismo, se apresenta como um colóquio entre obra e espectador, como ato pelo qual a ideia, captada pelo simbolismo, é finalizada no pensamento do Individual. Cada obra passa no mesmo plano do espectador, contemplada pela visão e decifrada na mente.
Os objetos são elementos usuais, familiares, inanimados que foram percebidos para serem usados de um único ponto de vista, mas uma vez que passam pelo crivo do surrealismo e da irrealidade, recebem outra categoria simbólica.
As relações entre os elementos são produzidas por combinações, na maioria das vezes aleatórias e distantes no espaço, com diferentes códigos, que se unem para que uma interpretação possa ser fundamentada.
Nas obras pode-se traçar, entre outras, alusões ao texto literário de Miguel de Cervantes Don Quixote de la Mancha, à obra de Raymond Queneau Exercícios de estilo, às reuniões que se realizavam diariamente no extinto Café Cyrano em Paris , onde se reuniam artistas e criadores encabeçados pelo autor do Manifesto Surrealista (o francês André Breton) ou o problema da participação da Espanha na Exposição Internacional de Nova York de 1939, devido ao desfecho da Guerra Civil Espanhola.