Cantando Sefarad
Judith Cohen. Foto: Alex Felipe 2022
Judith Cohen é etnomusicóloga canadense, além de medievalista, cantora e contadora de histórias. É conhecida por seu trabalho sobre a música sefardita, tanto como pesquisadora quanto como cantora; também foi pioneira no estudo da música na vida dos Cripto-Judeus de Portugal e nas canções do adufe, o pandeiro quadrado tocado por mulheres em Portugal e Espanha.
Como consultora acadêmica para a coleção de gravações e fotografias feitas por Alan Lomax na Espanha em 1952, ela também está preparando uma edição do diário dele daquele ano, combinado com as pesquisas que ela mesma fez nas mesmas vilas desde 2001. Ela leciona na Universidade York, em Toronto, Canadá.
Judith começou a viajar aos 20 anos, primeiro para a ex-Iugoslávia, de carona, e depois por muitos países, incluindo a Espanha, começando em 1971. Quando iniciou seu trabalho com a música sefardita, já tinha os "ingredientes" prontos: havia viajado pelos Bálcãs, Marrocos, Turquia, Grécia, Espanha, Portugal... e já cantava as tradições desses países e do Canadá francófono, onde nasceu e cresceu, em Montreal, e, claro, as canções em iídiche de seus avós.
Durante vários anos, dirigiu um grupo de mulheres que cantavam e tocavam música medieval; e foi membro original do grupo marroquino-sefardita-canadense "Gerineldo."
Em 2023, iniciou um novo projeto de etnomusicologia: a música entre os judeus sefarditas do Marrocos na Amazônia e os Cripto-Judeus em Pernambuco.
Ela tem um mestrado em Estudos Medievais, com uma tese sobre as mulheres musicistas judias, muçulmanas e cristãs da Ibéria medieval, e doutorado sobre a música sefardita. Publicou muitos artigos acadêmicos e também diversos discos de canções tradicionais sefarditas e de outras culturas.