Benito Fernández, de Elena Garro
Prolífica autora de romances, contos, artigos jornalísticos e peças de teatro, vanguardista primeiro e depois exemplo perfeito da poética do realismo maravilhoso, a mexicana Elena Garro (1916-1998) foi uma das melhores escritoras hispano-americanas do século XX. E também, uma das mais injustamente eclipsadas pelo cânone másculo do Boom (neste caso, pela sua intimidade com Octavio Paz), embora nas últimas décadas sua obra começasse a ser redescoberta e apreciada mundialmente. Traduzida pela primeira vez para o português brasileiro, e especialmente adaptada para o rádio-teatro, “Benito Fernandez” é uma peça breve na qual o irreal e o alegórico se misturam com o cotidiano do México: no antigo e variado mercado de La Lagunilla, onde se vendem até cabeças, Benito procura comprar uma nova acompanhado pela sua tia... O enredo explora com humor negro o tema dos que se sentem com o direito de decidir pelos outros. Imperdível!
