Estalo. 14ª Bienal do Mercosul
Estalo – Movimento e Transformação O estalar dos dedos, um gesto breve, mas carregado de significado, simboliza a interação entre corpo, som e mudança. Em português, estalo remete a movimentos que transformam estados, desde o estalido de um galho até o estrondo de um terremoto. Também pode evocar violência ou momentos de revelação e metamorfose. A 14ª Bienal do Mercosul toma esse conceito como ponto de partida para explorar a transformação em diferentes escalas. Através da dança, do som, da imagem e da instalação, os artistas abordam mudanças físicas, sociais e simbólicas. Alguns geram impacto com obras vibrantes e enérgicas; outros apresentam criações sutis, onde a simples existência já é um estalo. Do medo ao prazer, da quietude à explosão, a Bienal convida a habitar o estalo como um impulso de mudança e afirmação da vida. Nesse contexto, o Instituto Cervantes de Porto Alegre colabora na Bienal com uma intervenção de Freddy Mamani, cujo estilo neoandino será reinterpretado na fachada da Fundação Ecarta. Sua proposta desafia os limites entre arte e urbanismo, gera uma inflexão formal e cromática, questiona a separação entre arquitetura e artes visuais e reivindica a arquitetura como expressão de subjetividades diversas, transformando temporariamente a percepção do edifício. Freddy Mamani (Aymara/Bolívia, 1971) Construtor, engenheiro civil e arquiteto, Freddy Mamani é reconhecido por seu estilo único, a Nova Arquitetura Andina. Suas edificações, caracterizadas por formas arrojadas e cores vibrantes, redefiniram a paisagem urbana de El Alto, cidade próxima a La Paz, Bolívia. Com mais de cem edifícios construídos, sua obra mescla arquitetura moderna ocidental, barroco latino-americano e chinês, influências andinas e folclóricas, além de referências ao futurismo, ao animê e à ficção científica. Seu trabalho já foi exibido na Fondation Cartier (Paris), no MoMA (Nova York) e na Bienal de Sydney. Atualmente, vive e trabalha em El Alto, Bolívia.
