Portais para o desconhecido
Esta exposição mergulha no desconhecido, em conhecimentos ocultos ou desacreditados que questionam as bases existenciais de referência e activam questões em torno do livre arbítrio, do poder da mente, da comunicação extrassensorial, dos fantasmas e vampiros, dos médiuns, da existência de temporalidades paralelas ou mesmo do facto de estarmos a viver uma espécie de plano prévio da alma. Os artistas selecionados vibram numa outra frequência e investigam por detrás de qualquer porta contra-hegemónica com a intenção de alcançar conhecimentos alternativos, cura, paz de espírito, libertação, capacitação ou outros níveis de consciência. Convidam-nos a atravessar portais para o desconhecido através de diversas estratégias, entre outras: adivinhação e predição (Marina Vargas e Jorge Gil); invocações a personagens obscuras (Raisa Maudit e Marta Serna); rituais, meditações e elevação de altares (Ana Matey, India Toctli e Julià Panadès); ou hibridização com monstros, ambientes e objectos (Andrés Senra e Marina Núñez). As suas práticas entrelaçam matéria e significado: são performativas e assumem a substância mente-corpo como indivisível. Um corpo pensante que respira, executa movimentos e encantamentos, repete-os ad nauseam, profere orações, repete mantras, ingere substâncias, desloca objectos, dota-os de simbolismo, realiza exercícios extremos para gerar energias escuras e luminosas, ciclos de destruição e geração. Um corpo especulativo que se prolonga na materialidade do mundo, se liga à “fonte” e aspira à transcendência.
