Ilustrações para Dom Quixote
Júlio Pomar © Fundação Júlio Pomar/SPA Cervantes é a mais longa cumplicidade literária de Júlio Pomar, que tem as fontes escritas e a ilustração, desde sempre, como uma das pistas de trabalho. De Camilo, Tolstoi, Dante e Rabelais, nos anos 1950/60, até Camões e Pessoa, Pöe, Homero, mais recentes, a lista de autores é notável. Mas na pintura Pomar distancia-se do pretexto narrativo para seguir a sua imaginação, perseguindo ficções e mitos, que alterna com a observação do real e dos seus espectáculos visuais. Os 40 desenhos que se expõem vêm da releitura em que o pintor mergulhou em 2005, convidado a ilustrar uma edição do Expresso em 10 volumes semanais. Das centenas de desenhos que então realizou, a preto e branco e a cores, em folhas de muitos formatos ou já nas margens das provas de paginação, também se escolheram agora as páginas do «romance gráfico» Dom Quixote de Júlio Pomar a publicar em Dezembro. A exposição faz parte do programa complementar do Congresso Internacional "Cervantes e Portugal: História, arte e literatura". Atividade celebrada por ocasião do IV Aniversário da morte de Miguel de Cervantes.
A relação com Quixote surgira em 1959, com as têmperas sobre cartão para uma versão de Aquilino Ribeiro, continuadas num ciclo de quadros, gravuras e esculturas em ferro.