Atividades culturais

Hombres sin mujer de Carlos Montenegro

Hombres sin mujer de Carlos Montenegro Carlos Montenegro

Clube de leitura virtual. Este é o primeiro romance da literatura de língua espanhola que apresenta o tema da homossexualidade nas prisões de homens, onde vivem sem mulheres, no calor dos trópicos e sob os ditames selvagens da sua sexualidade. Montenegro foi preso aos 19 anos de idade por um assassinato. Este contato precoce com um ambiente tão adverso marcou o seu caráter e determinou a sua vocação narrativa. Era um escritor filho da prisão. Graças às suas histórias, publicadas na imprensa cubana do seu tempo, ganhou fama literária e também a sua liberdade. Este romance conta o drama de um prisioneiro de pouca cultura que, apesar do contexto em que é obrigado a sobreviver, mantém intatos os seus valores morais até que a entrada na prisão de um adolescente belo e indefeso coloca as suas convicções em crise com o surto de uma nova sensibilidade, surpreendente para ele. A obra, com o seu final trágico, oferece um quadro realista e uma tese sobre a condição humana, ao mesmo tempo que consegue transmitir a ansiedade de um confinamento que supostamente devia levar à reeducação do indivíduo e longe deste objetivo destrói-o enquanto ser humano.  


Carlos Montenegro (Caramiñal, Galiza, 1900). Aos sete anos de idade emigrou para Cuba com a sua família. Frequentou os seus primeiros estudos num colégio religioso em Guanabacoa. Depois, devido a necessidades económicas, os seus pais decidiram mudar-se para a Argentina, onde a família viveu durante onze meses. Quando tinha catorze anos, Montenegro inscreveu-se como aprendiz num navio costeiro, La Julia, sob a supervisão do expatrão do seu pai na Galiza. Desde então, viveu como marinheiro em várias companhias de navegação e em portos da América Central, do México, de Cuba, dos Estados Unidos e do Canadá. Foi preso em Tampico, no apogeu da Revolução Mexicana, porque foi acusado de ser um agente americano e de tentar vender as armas do navio onde trabalhava a um armeiro da cidade. Finalmente conseguiu escapar, e a partir daí trabalhou em muitos empregos diferentes (marinheiro, operário de fábrica, mineiro) o que lhe deu experiência que mais tarde utilizaria nas suas histórias.

Entidades organizadoras

  • Instituto Cervantes (Lisboa)