Escrever o Eu doente: Narrativas transatlânticas de doença como motores de transformação
Este artigo oferece uma análise de um conjunto de pathografias seminais escritas em Espanha e nos Estados Unidos para mostrar como as narrativas autobiográficas de doença transcendem as fronteiras nacionais e subvertem os ideais dominantes de beleza, saúde e identidade.
Ao justapor vozes americanas e espanholas e ao incluir obras escritas tanto por mulheres como por homens, esta intervenção realça convergências e divergências nas abordagens culturais às narrativas de doença, ao mesmo tempo que integra o género como uma lente crítica para explorar as suas ressonâncias sociais distintas.
Ao traçar estes diálogos transatlânticos, este artigo destaca o modo como as narrativas de doença promovem a transformação social: convidam o leitor a testemunhar o sofrimento corporal, a questionar os paradigmas normativos do “normal” e a co-criar novos pactos autobiográficos em que o eu ferido se torna simultaneamente sujeito e agente de mudança. Ao fazê-lo, mapeiam formas comparativamente férteis de a literatura fazer a ponte entre continentes e culturas na procura de empatia colectiva e de justiça social transformadora.