Atividades culturais

O Caminho do Olhar

O Caminho do Olhar Damià Díaz

O Caminho do Olhar é o título da exposição que apresenta o artista espanhol, Damià Díaz, no Palácio Nacional da Ajuda, comissariada por Rosina Gómez-Baeza e Lucia Ybarra. Filho e neto de artistas, aprendeu desde muito cedo, de forma natural, a trabalhar a gravura, o desenho, a pintura, a escultura e mais tarde o design gráfico e a cenografia, para transformar-se num artista multidisciplinar ao incluir na sua prática artística o vídeo, a instalação e as intervenções específicas. Um conjunto de obras percorre as salas de estilo neoclássico da antiga residência utilizada pela família real portuguesa, ao longo do século XIX, atualmente transformada em museu histórico. Um diálogo entre dois mundos, um olhar para o passado, do ponto de vista de um artista que observa constantemente a relação entre o ser humano e tudo aquilo que o rodeia. Na obra de Damià, a figura humana torna-se observadora do mundo circundante. Uma seleção de esculturas em resina pintada, impressão digital sobre cerâmica e obras em realidade aumentada, permite ao artista intervir em espaços singulares e transformar ambientes onde o espectador pode interagir com a obra. Com as novas tecnologias o artista descobre e oferece ao espectador diferentes e originais possibilidades imersivas. Tudo isto, juntamente com uma série de esculturas de pequeno formato, desenhos e esboços, mostram os processos criativos e a evolução do trabalho de Damià. A sua obra reflete um interesse pelo ser humano, por indagar e explorar o mundo onde vive, numa procura constante para aprender e obter novos conhecimentos, novos valores para defender-se do isolamento presente na sociedade atual. Damià Díaz já realizou anteriormente intervenções em espaços de importante valor histórico e de património artístico como Saint Louis de l’Hôpital Salt-Pêtrière, em Paris, em 2002; o Museu Casa de Erasmo de Roterdão, em Bruxelas, em 2012 ou a Capela da Sapiência, em Valência, em 2005. Mas, agora, o artista estabelece um diálogo entre a arte contemporânea e o património artístico, fazendo uma ligação entre a arquitetura e os trabalhos expostos. A obra de Damià é estudo e experimentação permanente, fundamental no seu processo criativo, para criar uma linguagem própria baseada em lembranças da infância e acumulação de experiências, onde são evidenciadas três constantes: tempo, pensamento e movimento. Após intensos meses de trabalho, Damià produziu para esta exposição, incluída no marco da bienal Mostra Espanha 2019, sete esculturas e duas obras em realidade aumentada, que percorrem um total de oito salas dos dois pisos do Palácio, finalizando na sala da Capela, onde uma seleção de pequenas esculturas e desenhos mostram o proceso da sua criação artística. O rico património artístico do Palácio inclui uma das melhores coleções de artes decorativas de Portugal, composta por tapeçarias, porcelanas, pinturas, esculturas, bem como mobiliário e objetos de utilização do quotidiano. Com a memória visual do edifício e da sua coleção, Damià traça um caminho com as suas obras em diálogo com a história do Palácio.

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