Clube do Livro: Las Perlas de Eufemia Montelongo
No primeiro Clube do Livro de 2025, leremos o romance "As pérolas de Eufemia Montelongo", de José Ramón Bentancort Mesa. O romance, vencedor do Prêmio La Balsa de Piedra 2022, conta a história de uma jovem que, de forma inexplicável, numa manhã descobre que tem o poder de criar pérolas. Inexplicavelmente, uma manhã de junho, antes do amanhecer, Eufemia Montelongo descobre que tem aderida ao seu palato uma estranha e lustrosa crosta arenosa. Na escuridão do sono leve de seu quarto, esfregando a língua sobre ela, consegue se livrar daquela lama grudada ao céu da boca. Embora inicialmente não dê importância a esse fato insólito, a situação muda quando isso se repete toda madrugada, tomando uma dimensão e um rumo inesperado na manhã em que descobre que dentro do cuspeiro de seu quarto apareceu uma pérola. José Ramón Betancort Mesa (Arrecife de Lanzarote, 1966). Após concluir os estudos de Filologia Hispânica na Universidade de La Laguna (1990), ingressa nessa instituição como professor associado para ministrar a disciplina de Crítica Literária, dentro do Departamento de Teoria da Literatura. Ali, inicia uma linha de pesquisa centrada na análise do humor como estratégia literária, abordando escritores como García Márquez e Alonso Quesada, além de participar de congressos e revistas especializadas. Em 1994, após o término de seu contrato como docente universitário, começa sua ligação com o Cabildo de Lanzarote como técnico superior no Serviço de Publicações da Área de Cultura dessa instituição. A partir de seu retorno à ilha, mais comprometido com o patrimônio cultural e literário insular, tem realizado diferentes trabalhos voltados ao estudo, à divulgação e à valorização do esquecido patrimônio literário associado a Lanzarote. Destaca-se assim o resgate e análise de obras de escritores insulares, como as reedições de "Costumes Canários" de Isaac Viera em 1994 ou "Tipos de minha terra" de Pereyra de Armas em 2002, assim como a biografia do referido autor arrecifeño em 2012 com a Fundação César Manrique. De maneira complementar, destaca-se também a curadoria de exposições de caráter literário, com um enfoque singular na literatura de viagens, como a exposição "Lanzarote no olhar do viajante: René Verneau, Olivia Stone e Agustín Espinosa" na IV Bienal do MIAC (2006), sua participação na exposição "Lanzarote e a transição para a contemporaneidade: Pancho Lasso, Agustín Espinosa e Ignacio Aldecoa", dentro da VII Bienal do MIAC (2014), junto aos pesquisadores Arminda Arteta e Zebensuí Rodríguez; e, por último, em 2021, com a curadoria da exposição "Ángel Guerra, um escritor de Lanzarote", na Sala de Arte do Convento de Santo Domingo de Teguise, junto a Zebensuí Rodríguez. Entre 1997 e 2013, exerce a função de responsável técnico do departamento de Universidades da Área de Educação do Cabildo de Lanzarote, promovendo a colaboração das universidades canárias em programas de extensão universitária e de pós-graduação em sua ilha, assim como a criação da já extinta Universidade de Verão de Lanzarote até 2013. A partir de 2016 e até o presente, é o responsável técnico pela programação de artes plásticas e visuais do Centro de Inovação Cultural "El Almacén" do Cabildo de Lanzarote. Por fim, também se destaca sua trajetória como escritor, iniciada em 1995 com a publicação de uma novela curta intitulada "Sessenta quilos de tomates". Posteriormente, em 2015, retorna à escrita com a publicação de "O ano das cucas volonas e outros contos", pela Ediciones Remotas. Nos meses de fevereiro e março, leremos o livro e na última terça-feira de março teremos o encontro com o autor para conversar sobre a obra.