522. Um gato, um chinês e meu pai
522. Um gato, um chinês e meu pai revela uma potente alegoria sobre o fracasso da sedentariedade iminente definitiva pressagiada por Virilio, construída a partir da agorafobia que a protagonista sofre e do próprio potencial sociológico que o automóvel oferece como cápsula hermética e extensão do lar. Mas o que inicialmente se apresenta como uma anti road movie acabará se tornando uma sólida defesa do gênero, ou seja, uma demonstração palpável de que não existe viagem interior sem a integração com o povo e a paisagem, sendo este último destacado no final do filme. Tudo isso temperado com um curioso sentido de causalidade e um minimalismo que remete a Two-Lane Blacktop (1971) e Gerry (2002).
