O afro-ibérico na origem do canto Flamenco
Nove séculos antes da chegada do primeiro escravo da pele negra à América, o africano clamava por respeito até onde era permitido, pelas ruas da Andaluzia, do reino valenciano e da Extremadura. O próprio Cervantes passou a se referir aos muitos sevilhanos de pele escura "como as peças de xadrez: brancas e pretas", das quais a imagem de Sevilha, que ainda existe, como uma placa imaginária bicolor. E se houvesse africanos, havia música, pois não se pode entender um sem o outro.
A questão surge sem remédio: qual foi a sua música? Onde, surgiram os tambores? A bateria?
"Seguindo o som de um tambor pelas ruas de Sevilha" é uma viagem pessoal e intransferível pela ignorada história do "afro-ibérico", sua contribuição crucial ao canto e à dança flamenca durante o reinado de Felipe V, passando pelo esquecimento a qual foi submetida sua figura nos séculos posteriores e, muito especialmente, durante o regime de Franco.